A proposta deste blog é ser extemporâneo. Portanto evitarei comentários limitados no tempo (falar de moda, das gafes de Lula, da copa do mundo etc). No entanto me veio uma vontade enorme de falar de política. E como falar de política sem ficar limitado a conjunturas? Aí li essa frase (não lembro o autor):
"Todo cidadão honesto envergonha-se do governo sob o qual vive".
Atemporal e eterno.
31.1.06
30.1.06
Justificativas Preliminares
Este é o primeiro dia do meu blog. Gostaria de deixar claro a quem interessar possa que o mesmo ainda não tem identidade definida. Portanto variações bruscas de conteúdo poderão ser facilmente verificadas aqui. Ainda não sei se imitarei Nietzsche e afirmarei que sou o melhor de todos, não sendo assim reconhecido porque todos são imbecis demais para apreciarem minha grandeza. Ou talvez imite Bandeira que sabendo que nunca seria celebridade no mainstream tratou logo de justificar-se afirmando que preferia a morte absoluta, o anonimato...Enfim, o tempo dirá...O tempo sempre diz tudo e, no fim, sempre mostra que todos estavam absolutamente errados.
Certidões de Óbito e Nascimento
Depois de inúmeras tentativas frustradas
Descobre-se que a felicidade almejada na poesia
Se encontra fora da poesia
Na vida tão vida quanto a vida de todos
Mas esse aprendizado doloroso não desmerece a luta e o sonho
Ao contrário, dá-lhes uma aura de “tentei”
Ou ainda: “fui bravo”
E isto esconde a derrota
Que todos os outros nunca perceberão
Pois nem sabem que houve lutas e sonhos
Então percebe-se que a vida não se encontra em sistemas apriorísticos completos
Que supostamente substituiriam sistemas falidos
Então percebe-se que uma coisa é ter consciência do Mal
Outra é acreditar no Bem
E a Felicidade espera, paciente, no cotidiano
O consumismo e o espetáculo são partes inexoráveis do presente em que se vive
“Não se pode fazer uma fritada sem quebrar os ovos”
E lá vai a Felicidade com nariz de palhaço
Input
Output
Input once again
Atirei o pau no gato mas o gato não morreu
Lá vai a Vida
“Pega!”, grita a garotada na rua de baixo
E toda a classe trabalhadora deixa-a passar por entre as pernas
É hora do jogo e a cerveja gelada alegra o dia
Enquanto as mulheres conversam sobre os destinos da novela das oito
Os garotos conseguiram, enfim, capturar a Vida
Agora ela está presa em um saco de alinhagem
Marx não revolucionou o mundo
Nietzsche não tornou-se além do homem
Sartre não foi mais livre que Spártacus
Debord era parte do espetáculo
Mas dona Catarina, moradora do Sertão e devota de Nossa Senhora, viveu feliz
Em sua condição de penúria material
Coronel XXXXXX (não me cabe citar nomes) morreu triste em sua mansão
Construída com o suor dos negros - escravos libertos
Mais escravos do que antes
Lá vai a Felicidade
“Pega!”, grita Lady Bruna Surfistinha
Ela, que já deu pra tantos, nunca gozou para si própria
A Felicidade fugiu, mas ela conseguiu arrancar-lhe uns chumaços de cabelo
Em momentos forçados de gozo mercantil
Outsiders input
Liquidação de domingo
Filme de arte no cinema
Quem é feliz levante a mão
E o maneta se esforça em sinalizar balançando freneticamente os braços de um lado para outro
Luta de classes
Duas turmas do colégio de elite desentenderam-se a respeito das regras da gincana
Os trabalhadores vão à missa
E o papa arqueja palavras de sabedoria milenar
A realidade (em seus padrões fordistas)
Foi mais rápida que o pensamento dos poetas
E produziu verdades padronizadas em série
Mas amanhã já é domingo de novo
Fique tranqüila, filhinha, que eu te levo no shopping
Sex
Sex
Sex
In, out, in, out
Forever
Tem coisas que o dinheiro não compra
Para todas as outras existe Mastercard
Filhinha, já é noite, ore pra papai do céu
Eu observo tudo
Eu estudo tudo
Eu vivo tudo
Eu tudo tudo
Mas não entendo nada
Assim vou eu
E a minha vida também vai junto
Nós dois felizes
Sempre com narizes de palhaços
Eta, como dona Catarina é feliz!
Felippe Silva Ramos
Setembro de 2005
Depois de inúmeras tentativas frustradas
Descobre-se que a felicidade almejada na poesia
Se encontra fora da poesia
Na vida tão vida quanto a vida de todos
Mas esse aprendizado doloroso não desmerece a luta e o sonho
Ao contrário, dá-lhes uma aura de “tentei”
Ou ainda: “fui bravo”
E isto esconde a derrota
Que todos os outros nunca perceberão
Pois nem sabem que houve lutas e sonhos
Então percebe-se que a vida não se encontra em sistemas apriorísticos completos
Que supostamente substituiriam sistemas falidos
Então percebe-se que uma coisa é ter consciência do Mal
Outra é acreditar no Bem
E a Felicidade espera, paciente, no cotidiano
O consumismo e o espetáculo são partes inexoráveis do presente em que se vive
“Não se pode fazer uma fritada sem quebrar os ovos”
E lá vai a Felicidade com nariz de palhaço
Input
Output
Input once again
Atirei o pau no gato mas o gato não morreu
Lá vai a Vida
“Pega!”, grita a garotada na rua de baixo
E toda a classe trabalhadora deixa-a passar por entre as pernas
É hora do jogo e a cerveja gelada alegra o dia
Enquanto as mulheres conversam sobre os destinos da novela das oito
Os garotos conseguiram, enfim, capturar a Vida
Agora ela está presa em um saco de alinhagem
Marx não revolucionou o mundo
Nietzsche não tornou-se além do homem
Sartre não foi mais livre que Spártacus
Debord era parte do espetáculo
Mas dona Catarina, moradora do Sertão e devota de Nossa Senhora, viveu feliz
Em sua condição de penúria material
Coronel XXXXXX (não me cabe citar nomes) morreu triste em sua mansão
Construída com o suor dos negros - escravos libertos
Mais escravos do que antes
Lá vai a Felicidade
“Pega!”, grita Lady Bruna Surfistinha
Ela, que já deu pra tantos, nunca gozou para si própria
A Felicidade fugiu, mas ela conseguiu arrancar-lhe uns chumaços de cabelo
Em momentos forçados de gozo mercantil
Outsiders input
Liquidação de domingo
Filme de arte no cinema
Quem é feliz levante a mão
E o maneta se esforça em sinalizar balançando freneticamente os braços de um lado para outro
Luta de classes
Duas turmas do colégio de elite desentenderam-se a respeito das regras da gincana
Os trabalhadores vão à missa
E o papa arqueja palavras de sabedoria milenar
A realidade (em seus padrões fordistas)
Foi mais rápida que o pensamento dos poetas
E produziu verdades padronizadas em série
Mas amanhã já é domingo de novo
Fique tranqüila, filhinha, que eu te levo no shopping
Sex
Sex
Sex
In, out, in, out
Forever
Tem coisas que o dinheiro não compra
Para todas as outras existe Mastercard
Filhinha, já é noite, ore pra papai do céu
Eu observo tudo
Eu estudo tudo
Eu vivo tudo
Eu tudo tudo
Mas não entendo nada
Assim vou eu
E a minha vida também vai junto
Nós dois felizes
Sempre com narizes de palhaços
Eta, como dona Catarina é feliz!
Felippe Silva Ramos
Setembro de 2005
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