31.5.06

Did you see the stylish kids in the riot?

By The Libertines


Did you see the stylish kids in the riot?
We were shovelled up like muck
Set the night on fire
Wombles bleed truncheons and shields
You know I cherish you my love

But there's a rumour spread nasty disease around town
Caught round the houses with your trousers down
A headrush in the bush
You know I cherish you my love
Oh how i cherish you my love

Tell me what can you want now you've got it all
The whole scene is obscene
Time will strip it away
A year and a day
And Bill Bones
Bill Bones knows what I mean
He knows it's eating, it's chewing me up
It's not right for young lungs to be coughing up blood
Oh it's all
It's all in my hands
And its all up the walls

Well the stale chips are up and the hopes stakes are down
Its these ignorant faces that bring this town down
Yeah I sighed and sunken with pride
I passed myself down on my knees
Yes I passed myself down on my knees


Did you see the stylish kids in the riot?
You know I cherish you my love






15.5.06

De onde vem a contestação no Brasil...




Na França os estudantes tocam fogo. Na Colômbia guerrilheiros das FARC tocam fogo. No Iraque a Resistência toca fogo. Na Argentina a classe média toca fogo. Na Bolívia os índios tocam fogo. Cada qual com seus motivos políticos e ideológicos de contestação social. No Brasil não temos nada que preste na sociedade com força política de contestação. Resta-nos o PCC pra tocar fogo por aqui. Pobres de nós. Só sinto-me reconfortado pelas centenas de moções de repúdio que já começaram a aparecer... OAB, PSTU, UNE, CUT, MST... Moções e mais moções para serem arquivadas em atas burocráticas... O Ministério da Desgraça adverte: comprem extintores de incêndio!
PSTU, UNE, CUT, MST, PT, PC do B, PSOL? Nada disso. Se existem organizações que podem acuar a ordem estatal brasileira são o PCC e o Comando Vermelho. Se estes comandos mafiosos deixassem de lado as disputas de mercado consumidor e se aliassem politicamente poderíamos ter um Estado-terrorista-narcotraficante. Se isso não ocorre é porque o crime organizado não tem interesse em acabar com toda a ordem, pois tem tentáculos dentro dela que mantém suas margens de lucro. Estes comandos são, sim, organizados e são, sim, políticos. No entanto, são muito mais organizações econômicas. Quem acreditar em Deus é bom agradecê-lo por esta benção. A desgraça poderia ser pior. Obviamente não estou desesperado. Afinal o Brasil é o país do futuro...
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PS. Da sabedoria popular na internet: "A principal exigencia do PCC é que o Corinthians volte para libertadores..."




7.5.06

Entre a revolução e a Coca-Cola

Ribeiro, Renato Janine. Política e Juventude: o que fica da energia. In: Juventude e Sociedade. Regina Novaes e Paulo Vannuchi (Orgs.). São Paulo. Fundação Perseu Abramo. 2004. (excertos)
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Nem todas as juventudes se distinguiram, historicamente, pela disposição a contestar o mundo em que nasceram. Esse é provavelmente um fenômeno moderno, assim se estendendo o período que vem desde a Revolução Francesa. A sensação ao longo do século XIX era que cada vez mais havia uma oposição entre o novo (liberdade, democracia) e o antigo (servidão, preconceito, mentira). Desde então, a juventude tem sido um valor importante. Lembremos que no século XVIII a nobreza usava perucas empoadas – isto é, os jovens faziam-se de velhos, portando desde cedo cabelos brancos; a partir da Revolução Francesa, contudo, ser moço passa a ser algo positivo. Ora, se para ser feliz é preciso que coincidam nossos desejos com a realidade, o que desde 1789 se tentará é não mais desistir dos desejos, mas modificar o mundo. (p. 22-23) A invenção e a inovação passam a ser prezadas e, com elas, a juventude. Não estranha, então, que fazer a revolução tenha sido, durante boa parte do século XX, uma das grandes vocações dos jovens. É certamente este quadro que dita nos últimos duzentos anos o papel da juventude. Uma certa fase da vida, quando já se saiu da infância e ainda não se entrou na fase marcada pelas exigências do casamento, da paternidade, da produção, desenha um espaço livre para a busca do próprio caminho e a contestação sistemática do que até hoje funcionou. Esses dez a vinte anos são assim fundamentais para cada um, na sua escolha do rumo a tomar na vida. Mas também constitui um importante fenômeno social, pois uma proporção significativa da população está sempre nesse limiar, nesse momento indeterminado de passagem. E essa parcela da população assume uma posição de proa, com um peso no conjunto das coisas que seu número não ditaria. É precisamente sua indeterminação que faz – ou fez – dela o emissor por excelência dos discursos alternativos. É também essa indeterminação que faz dela o destinatário por excelência das peças publicitárias. Sua posição pendular favorece, assim, tanto a emancipação como a subordinação. Isso quer dizer que desde metade do século XX os jovens são disputados por duas forças importantes e mais ou menos antagônicas: por um lado, a idéia da revolução, que se coloca à esquerda dos partidos comunistas, tidos como acomodados e conservadores, e, por outro lado, a publicidade e o consumismo. (p. 24) Jean-Luc Godard sintetizou bem essas duas vias ao chamar, em seu filme Made in USA, os jovens parisienses dos anos sessenta de “filhos de Marx e da Coca-Cola”. Na teoria elas se opões, mas na prática, na realidade, têm lugar inúmeras combinações. Se já nos anos sessenta isso era verdade, imagine hoje, quando se nota uma vitória do consumo sobre a política da esquerda revolucionária. Nossa publicidade vende, agora, a eterna juventude. O desejo é locado em pessoas jovens, de boa saúde e altamente sexuadas. Não saber o que se deseja, imaginar-se desejando o que na verdade não tem a ver com você: eis uma forma de ilusão tipicamente atual. É a terra de ninguém do desejo.

5.5.06

Redenção


Torno-me ébrio em minha loucura contemplativa
Mas a realidade sempre retorna feroz
Montada no dorso de uma ressaca

Enquanto isso, sob a Lua há um mundo
E neste mundo há loucuras bem maiores que a minha
Loucuras que não se curam com ressacas

Na loucura há sofrimento
No sofrimento há desejos frustrados
No consumo repousa a redenção