16.6.06

Manifesto por uma nova Sociologia


É cedo para se tecer uma crítica à vida, mas já me preparo para a missão metafísica com a qual me honrou a existência. Preparo-me, pois sou cônscio da grandeza da tarefa. Uma nova sociologia desponta dentre a celeuma de neurônios que jaz em meu espaço cranial: a Sociologia da Vida. Basta de Sociologia dos moradores do subúrbio ferroviário, sociologia dos vendedores ambulantes, sociologia dos empresários calçadistas, sociologia do circo picolino... Basta de sociologia marxista, weberiana, durkheimiana... Quero a Sociologia da Vida! Nesta nova subdivisão especializada da ciência social encontrarão ocaso todas as especializações e subdivisões. É hora do Uno além do bem e do mal, do reencontro dos saberes em vista do surgimento do novo ser desalienado de si mesmo através do conhecimento de sua realidade estrutural circundante e de sua potencialidade criativa. A Sociologia da Vida é intrinsecamente subversiva, posto que destrói mitos oriundos da mediocridade e da alienação especializada (especialização alienada?). A Sociologia da Vida desmascara sociólogos diplomados doutores e grão-vizires (my final bow) que sabem analisar a micro-estrutura de um terreiro de candomblé, mas não sabem porque este se encontra inadvertidamente em um bairro periférico. "Me desculpem, é que minha especialidade não é esta..." A Sociologia da Vida é o macro e o micro, é um e outro, a afirmação e a negação, pois é um Tudo-histórico e contextualizado, donde se tiram conclusões a-históricas e metafísicas socialmente construídas. Não se trata de um retorno às grandes teorias sociológicas holísticas e teleológicas, mas de uma tentativa de início de um ponto final à mediocridade que assola nossa contemporaneidade. É a introdução da poética na Academia. É a introdução do vivo na sociologia, onde o não-vivo sempre reinou triunfal. É a construção de uma imagem dinâmica e artística em folhas de papel. A contemporaneidade massacra com sua petulância arrogante e repulsivamente fétida. A Sociologia da Vida não altera a situação social, mas como um Dom Quixote pós-moderno nos mostra que ainda há luta, mesmo que, por enquanto, não haja vitória...

3 comentários:

Anônimo disse...

e mesmo que essa luta não seja real!

Anônimo disse...

bah Felippe. Vc pensa demais....

Anônimo disse...

Thanks :)
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